terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O SILÊNCIO QUE AS PEQUENAS COISINHAS QUE AMAMOS NOS TRAZEM.




- “shiiii! Silêncio, o menino está dormindo...”
Em 2006, logo no comecinho, um menino com pouco mais de 3 quilos entrou na minha casa.
Tomou todo nosso tempo, espaço e amor. Ele pedia conforto, paz e silêncio.
8 horas da noite, luz difusa, cheirinho de banho e um silêncio de circo no instante em que o trapezista atravessa, sobre uma corda bamba, um vale de facas afiadas apontadas para o céu.
Falar só se fosse baixo “moderato”, andar, com leveza, como plumas.
8 horas e 15 minutos, luz difusa, cheirinho de banho e o silêncio... Na sala, Silêncio... Nos quartos, silêncio... Na vida, silêncio... Musiquinha? Hum? Só se for inaudível. TV? Melhor não, na novela sempre tem alguém exaltado com o vilão, e grita, e chora. Filme, será? Bem, sempre tem um carro que explode, uma música triunfante, melhor deixar pra lá. Ao som dos grilos, pude então observar com mais atenção coisas que já não dava a menor atenção...
Na estante, livros que pediam para serem lidos. No computador, projetos e textos para serem elaborados... E o melhor, tudo o que não tinha, me sobrava neste instante... Silêncio, paz e conforto.
Não posso negar que ganhei uma cara de sono atrasado, coisa típica de quem é pai, um cansaço insuperável, mas com muitos projetos e realizações eminentes.
Aos 32 anos me casei, aos 32 anos me tornei pai, aos 32 anos ganhei novas perspectivas....Obrigado, pelo silêncio...

4 comentários:

CaSSio BoMFiM disse...

verdade DAN,
e como o SILÊNCIO é importante né?!

o VENTO no deserto, as RETICÊNCIAS no livro, a PAUSA no cinema, o MUTE na tv... o SONO do filho.

sempre nos dizendo TANTO...
muito BOA lembrança.

Juliana disse...

Dan.... sempre dou uma passadinha pelo seu blog... sempre me encanto com o que vc escreve.... esse em especial.... adorei..... bjs. Ju

disse...

Que texto lindo Dan.

Uma ode ao silêncio. E ao prazer da paternidade.

Vc tem muita sansibilidade...

Vi algo nos último dias que tbm me lembraram de uma simplicidade que nos esquecemos.

O pouco.

E o silêncio visual, de quem, por onde olha... só vê mar e areia. E mais nada.

Que 2010 seja rico de silêncios: auditivos, visuais, silencio de coisas que não precisamos, silencio de exageros idiotas, silencio... para apreciar a companhia do outro. Que às vezes nos esquecemos de perceber

Anônimo disse...

velho do caralho esse texto....
e muito doce também hehhe

muito bom....