segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Uma tristeza escondida, e o Sol lá fora.


Nos despedíamos, não de um lugar, mas de um tempo.
Enquanto o Ettore descobria o mar... A coisa mais bonita de um dia, de uma vida: seu sorriso.
Como se fosse eu, como se fosse meu pai, como se fosse todos nós... Num breve momento da história desse lugar.
À noite encontrei uma anotação que fiz em outro tempo. Nunca fez sentido antes. Algo como se eu enviasse uma mensagem numa garrafa para mim mesmo agora, era um texto incompleto sobre plenitude, e terminava assim:

“... Toda beleza de novo em casa...
Todo o céu do Brasil. O sol em todos nós.
Numa alegria sem idade...
Na rua onde morei...”

... Aos meus pais.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

a informação e o vagabundo...

Além de vira-lata, título que resigno não só à mim, mas a imensa maioria que consome, e acredita numa informação fundamentada em nada, simplesmente em sobras e restos de fontes, ainda por cima, muitas vezes duvidosa. Declaro ao mundo: Sou vagabundo.
Sim... sou realmente o que pode se chamar de vagabundo, não um simples vagabundo, no sentido vulgar, até porque trabalho muito. Mas um vagabundo mental, um Macunaíma emocional... “deixar para depois” é muito comum na minha vida. Já me culpei bastante por isso, também já levei alguma vantagem com este mal. Varias louças (que eu sujei) já foram lavadas por pessoas que eu amo. Quer gesto mais bonito que lavar a louça de quem se ama? Muito mais bonito que lavar os pés de alguém, ou no mínimo mais útil. Quem lavou os pratos da santa ceia? Este sim é santo.
Porém nunca fiz mal a ninguém com minha preguiça, nunca ganhei dinheiro encima de alguém ou alguma situação (só faltava ser preguiçoso e ainda ganhar dinheiro!). Mas a vida vai muito além de louças e problemas domésticos, aliás infelizmente, muitas pessoas se casam para resolvê-los (não é o meu caso).
Tem um bláblá auto-ajuda(aliás, taí um reino de "meia-informação"), onde empresários com culpa por não terem dado atenção aos seus filhos pregam a necessidade do ócio, o tal do ócio criativo (muito engraçado!), sempre me baseie, nessa safada teoria(que óbviamente nunca procurei saber realmente do que se tratava), no começo me servi da "teoria" inconscientemente e depois, como vagabundo sem-vergonha que sou, virei preguiçoso fundamentado. Já entrei em discussões me posicionando como um fundamentalista. Um vagabundo fundamental.
Claro que a vida não iria me deixar no sofá. O incomodo e as dores nas costas chegaram. E aqui estou num esforço para não tornar este blog num “natimorto”. Correndo o risco do ridículo e da exposição pública, me mostrando para toda a humanidade. É bem verdade que quase ninguém sabe deste blog, é algo como sair pelado na rua... mas às 4 da manhã num bairro residencial (quase infantil, porém seguro).
Mas é isso, sinto desapontar, se alguém por um acaso pensou em seguir este blog(há seguidores para tudo), sim este blog só serve para eu aprender a lavar a louça, sair do sofá e constatar que um mundo de informações incompletas só nos faz deixar onde estavamos.


sexta-feira, 17 de outubro de 2008

um blog vira-lata...


Patinha,

Olhou para mim, com uma cara surpresa e interrogativa.

“Legal. Mas do que é o blog?”

Boa pergunta. Blog do quê?

Inclassificável, pensei. Sem pedigree, simplesmente vira-lata.

Sem direção ou objetivo, fuçando em tudo, se alimentando, basicamente, de sobras.

Depois analisou e falou.

“parece outra pessoa.”

Talvez a brincadeira seja esta. Brincar de ser o que poderia, ou gostaria... ser.

Descompromissado, vira-lata mesmo. Sem muita identidade.

“Divertido”. Me olhou com seu rosto doce.

Doce...

Já falei de seus doces?