sexta-feira, 27 de novembro de 2009

HISTÓRIAS DE CANALHAS E COVARDES.


Hoje, depois de muitos ensaios, iniciei um projeto para quadrinhos: “Tino Belmondo”.
Um “romance” ruim, que vai de mal a pior, um Sidney Sheldon às avessas (isso pode ser bom!).
Com deficiência de caráter e muito mau-gosto, Tino, sujeito bem posicionado e respeitado na comunidade internacional, se aventura em paraísos como Bangu, Guarulhos, Brasília Teimosa, Tocantins e Osasco, sem perder o charme... Claro!
O glamour de uma periferia que não existe mais...

CONVERSAS IMPROVÁVEIS 1.

...Com Julio Cortázar, concluímos:
“O problema é esta história de futuro... O futuro estragou tudo. O 'agora' ficou pra depois...”
Rimos muito.


Esta foto foi feita pela Alessandra Fratus enquanto ensaiávamos o texto “ Anúncio” de Richard C. Haber para o Teatro Para Alguém . Tive a honra de dirigir pessoas maravilhosas como: Antônio Petrin, Miriam Mehler, Heitor Goldflus e Lulu Pavarin.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O APAGÃO E OS PÉS DESCALÇOS.


Um sonho.
Minhas mãos enroscadas num emaranhado de cabos e fios elétricos descascados. Muito medo e aflição. No instante seguinte percebo meus pés descalços e me vejo vestido num belo e elegante terno preto... Tudo isso fazendo parte de uma sequência interminável de meses de pesadelos.
Acordo. “Morri? Será que eu morri?”
Com certeza não. Quer dizer, convicção que mantive até me deparar com questões de ordem “elétrica”. Por diversas vezes nesta semana tive de enfrentar algum problema “elétrico”- de chuveiro queimado à desplugar o computador- tudo numa ordem completamente incomum à minha rotina (não sou da turminha da caixa de ferramentas, que sempre se mostra disposta à arrumar, consertar, prestar serviços domésticos com prontidão, assim que a dona da casa solicita). Nesta semana quando me aproximava de uma tomada logo vinha o pensamento “chegou a hora”, ou melhor, “chegou a ‘minha’ hora”. Cabo puxado, aparelho desligado “ufa, ainda não!”
Um dia, veio o apagão. Não, não estou interessado se o do Lula foi maior, pior, mais bonitinho do que do FHC. O Fato é que meu sonho: cabos descascados, eu vestido de defunto e um país sem energia, criam uma proximidade macabra.
A TV se apaga... As luzes, de maneira sofrida, tentam se apagar... ”É agora, fudeu!”
Velas acesas pela casa toda, sombra amarelada, bonita. Todos resolvem dormir. E eu ali no meio da sala, esperando, esperando... E... Muito sono, sono pesado... Sonhos lindos, coloridos, jardins, lagos, tudo muito prazeroso...
Sim, eu morri! Algo ficou pra trás, morto, velho e enterrado de terno bonito.