terça-feira, 27 de outubro de 2009

DESCONSTRUÇÃO: A ANTI-AUTO-AJUDA.

Após alguns “posts” amargurando e pelejando com a vida, resolvi subir o árduo morro da rotina com uma pedra.
Como as coisas não andavam tão doces, como um dia eu sonhei... Achei melhor desconstruir...
Simples assim. Recomendo. Não gostou, desconstrua!...
Nada como um ensaio cabeçudo de “Camus” pra ajudar a desmoronar tudo o que se teve um dia como convicto...
É divertido, dependendo do tamanho da pedra, nem cansa...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

PEQUENO CONTO DE NATAL ÀS AVESSAS, FEITO ESPECIALMENTE PARA OUTUBRO, NUM DIA EM QUE SE ACORDA SEM PERSPECTIVAS.



- “Seu frouxo!”
Assim começou o seu dia. Ainda de pijama no sofá, os olhos embaçados, gosto horrível na boca e o cheiro de alguns maços de cigarro nos dedos.
O estrondo da batida na porta foi tão forte quanto à última palavra que ela pronunciou. “... Frouxo!...”
“Mas que diabos ela falou antes?” O “frouxo” não era surpresa. Como estava dormindo só ouviu o final da frase. “Pô, frouxo. Frouxo ela sempre me chama”.
Aí estava um enigma para seu dia, um mistério, uma senha: “Alguma coisa... Seu frouxo!”
Ficou sentado ali mesmo, lembrando da saia dela passando pelo seu nariz enquanto ela gritava. Ela saiu, bateu a porta. Deixou apenas o cheiro de banho e perfume na casa.
Enquanto se distraía tentando tirar as migalhas de “Cheetos” no vão do sofá, o enigma tomava conta de todos os seus pensamentos.
Levantou-se. Andou pela casa. Abriu a janela. Olhou o dia.
– “Caralho, frouxo por quê?”
Sentou na cama que só estava desarrumada de um lado. Cheirou o travesseiro, passou a mão nas dobras do lençol, olhou para o terço na cabeceira e veio em sua mente uma pequena luz.
“Ela não me chama de frouxo. Isso! Ela me chama de ‘mole’!”
“Você é mole mesmo!” Lembrou da voz arrastada e carregada de desprezo pelo “mole”.
Enquanto tirava seu pijama pensou: – “Taí... Frouxo é a primeira vez.”

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

UM DIA EU ACORDEI...

Mais um início.
Nesta semana comecei um projeto único. Simples, sem maquiagem, seco.
Comecei documentar a mudança de um grupo de pessoas. Uma mudança causada por uma doença, um câncer. Estas pessoas, minha família.
Ainda não sei o que dizer sobre isso, quem sabe quando tudo isso terminar...
Mas com muita doçura , a Patinha, fala muito bem: um dia eu acordei com câncer.