sexta-feira, 27 de março de 2009

SONHO DE MISS.


Estes dias conheci uma Miss. Sim! Miss, aquela pessoa que sorri e acena como uma Barbie e sonha com a paz no mundo.
Esta Miss é diferente! Ela mesma advertia, e orgulhosa destacava que era classificada nos releases como: “A única Miss que prefere Paulo Coelho a Pequeno Príncipe”.

Não resisti... Tive de registrar o salto qualitativo de nossas Misses.

terça-feira, 24 de março de 2009

SEU TROCO SENHOR...


Todo de preto, passava pelos carros parados no farol.
“Aceite Jesus, irmão!”
A bíblia na mão justificava o texto.
Passou por mais outros carros oferecendo o profeta.
Surpreendentemente atravessou a rua. No canteiro se ajoelhou, olhou para o sol se pondo e deitou a testa no chão.
Olhei para a Patinha.
“Ofereceu Jesus e recebeu Maomé de troco”.
O farol abriu.

EISENSTEIN, VERMELHO E IMORAL.

ESTE POST É PARA FAZER JUSTIÇA COM QUEM INSPIROU O NOME DESTE HUMILDE BLOG.


Hoje em dia ser vermelho é fácil, é bonito.
Até o antigo PFL (imaginem vocês do partidão!) tem um nomezinho simpático: DEMOCRATAS. E o logo, você viu? É bonitinho: uma árvore. Sim uma árvore, numa alusão aos homônimos americanos. Onda verde, ecológica sabe? Hoje em dia arvorezinha verdinha, estrelinha e bandeira vermelhas são simpáticas. Mas houve um tempo, que se você não fosse russo nem chinês, e andava com camiseta do Che, a chapa esquentava para o seu lado (não é mesmo, pessoal da bancada peéfeélista?).

Eisenstein, cineasta dos primórdios, sujeito contrário ao que já era contrário.
Explico, era soviético e consagrado na união, fazia uma arte politizada condizente com a situação dos camaradas na época. Porém depois de discordâncias e desentendimentos com o partidão, foi dar uma volta ao mundo e parou no México. Que Viva México surgiu aí. Ah! Claro o “mundo” inclui passadinha em Hollywood. Imagina como era difícil para os camaradas de Moscou ver fotos do camarada Eisenstein abraçado e se divertindo com o amigo Chaplin, ou passeando pelas ruas yankees. Nada fácil!
E depois volta. Faz outro filme genial e se consagra definitivamente como um dos maiores artistas do século passado.
Definitivamente, é ser do contra com o que já é do contra.

Mas imoral, foi como ele nomeou sua autobiografia. Não, ele não destruía hotéis, não fazia orgias, nem transava com legumes. Imoral por ter tido uma vida sem moralidades, um camarada “amoral”.

Crédito dado, ufa! Em paz com o camarada...

sexta-feira, 20 de março de 2009

AMOR: COISINHA CLASSE MÉDIA.

CAIO FERNANDO ABREU EM VÁRIOS CONTOS SUGERE UMA MÚSICA A SER ESCUTADA ENQUANTO SE LÊ.
NESTE POST SUGIRO: STONES - MISS YOU.


- “A aristocracia é prazerosa. Amor é classe média”.

Eu ria, ria muito e me lembrei de uma foto do atorzinho-problema da rede Record que após sair do chilindró, passeia de mãozinha dada com a suposta nova namorada em um shopping.
Quer coisa mais cafona que amorzinho de shopping?

Amor e celular todo mundo tem um. Já houve um tempo que amar era muito difícil.
Aí está, Mick Jagger, fodão, no tempo em que amar era pra poucos.


terça-feira, 10 de março de 2009

O CINEMA NÃO MORREU... NUNCA ESTEVE VIVO.

Ontem, curiosamente, entrei numa discussão antiga... Muito antiga.
A importância do cinema como arte, e sua responsabilidade de apresentar culturalmente um país(!)... Era mais ou menos este o tema.
Bom... Obviamente que saímos sem uma conclusão. Até porque a “peleja” estava em torno do que era mais comercial e viável. Se um “Tropa de elite” tinha importância cultural ou não... A influência do entretenimento na arte... Enfim... Algo sem fim...
Eis que hoje eu apelo para um puta cara marginal. Cineasta que não gosta de cinema, contador de histórias que não gosta de narrativas... Peter Greenaway. O cara.
Gosto muito desse sujeito, sempre incluo na lista de filminhos prediletos alguma obra sua, mesmo ele não gostando dessa coisa chamada cinema...
Aqui uma entrevista, em São Paulo. Lugar pitoresco para se declarar a morte do cinema...

terça-feira, 3 de março de 2009

KUNG FU CUBANO.

Trabalho de conclusão de curso da EICTV.
Politicamente (in)correto, edição esperta, texto ótimo... Muito bom.

segunda-feira, 2 de março de 2009

NA COZINHA DA CASA AMARELA.



Sabe aquele cheirinho de bolo no forno invadindo a casa?
O som da batedeira, o calor da cozinha. E uma pessoa delicada e inspirada criando, experimentando, decorando, adoçando... Sabe?
Na cozinha da casa amarela é assim.http://nacozinhadacasaamarela.blogspot.com/
Entra lá, a cozinha está aberta.

ENCONTREI DUAS CADELAS IDÊNTICAS. OU DEI MAIS SORTE COM A BEATRIZ.


Um cruzamento. Em uma das esquinas uma faixa.
“AGRADEÇO A SANTO EXPEDITO A GRAÇA ALCANÇADA”.
Na esquina em frente outra faixa.
“ENCONTREI DUAS CADELAS IDÊNTICAS”.

O que é isso? Um cruzamento das graças e lamentações?
De imediato me veio a imagem de Décão e sua grande mão.
Décão, sujeito estabanado, ruivo de olhos vermelhos. Estudávamos juntos na adolescência.
Era um cara com pouca sorte com as mulheres. Coincidência ou não ele teve o infortúnio de repetir uma desagradável experiência com duas mulheres distintas. Como diria Tim Maia, elas “vacilaram”, e se entregaram, como posso dizer, aos encantos de terceiros.
Décão, bebendo, puto. Fumava, quase uma bituca, segurando com a ponta do indicador e o polegar (como se fosse um baseado) e pontuava sílaba por sílaba que falava com uma fúria, sacudindo e espalhando, cinza e brasa.
“As duas são I-DÊN-TI-CAS... não só as duas (me alertava). Todas. Todas são umas FI-LHAS-DA-PU-TA” (puta no singular, como se todas fossem filhas da mesma puta. Uma puta maior. Puta mitológica). Pobre Décão.

Eu sei que a pessoa da faixa “das cadelas”, se referia à animais domésticos. Mas é fato que queria se livrar delas.
De repente percebi uma cidade muito além da “cidade limpa”. Uma “cidade explícita”.
Além de anúncios, há uma necessidade de expor glórias e lamúrias.
Antes da “cidade limpa” havia uns outdoors na marginal Tietê. Cartazes enigmáticos em preto de cunho religioso.
“TV Satanás Jesus sangue poderoso Reino”. (Ah tá...). Eu não sei se o camarada não entendia nada de vírgula, preposição, artigo, estas coisas insignificantes da língua. Ou simplesmente nos presenteava com uma espécie de “biscoito da sorte evangélico”. Sem biscoito no caso.

Mediante esta necessidade humana de expressão. Deveríamos ter um espaço destinado a este fim. Seria uma TIMES SQUARE da verdadeira expressão popular.
Trago algumas sugestões para os textos:
“SANTO EXPEDITO, AINDA FALTA MUITO?”
(Para ansiosos, vendo outros tantos alcançando graças e este esperando demais).
“TELMINHA, NÃO ESQUEÇA MINHA JANTA.”
(Simplesmente recado).
“DÉCÃO, ELAS NÃO TE MERECIAM... NENHUMA.”
(Esta seria mais pessoal).
“CACHORRO, NÃO CONSIGO TE ESQUECER, VOLTE JÁ!”
(Dona retomando posse).

Mas eu queria mesmo completar a frase “das cadelas” homenageando Silvio Silva Júnior e Aldir Blanc, com uma frase complementar de "Amigo é pra essas coisas".
“ENCONTREI DUAS CADELAS IDÊNTICAS... DEI MAIS SORTE COM A BEATRIZ”.