terça-feira, 18 de novembro de 2008

Uma foto e um lago. Uma infância.

Uma imagem recorrente na minha cabeça.
Eu, com seis anos. Vestido com roupas leves para se fazer uma prova de corrida na rua, com um número pendurado no peito. Boiando num lago de águas calmas. Mexo meus braços e observo o sol. Tem música. Longe, longe, suave.
Esta idade, esta roupa e este lago nunca existiram na mesma época. Misturei tudo numa espécie de síntese de um instante de infância.
As roupas? Mal lembro o evento. Me recordo por fotos. Era uma corrida de rua de poucos quilômetros, voltada para crianças e adolescentes. Eu devia ter aproximadamente uns dez anos. Camiseta regata bege, shorts vermelho. Tudo isso esta na foto da largada. Minha mãe fotografou instantes antes de eu me aventurar e disputar com outras crianças. É simples, eu sorrio quase tímido, quase esnobe. Abro meus braços numa pose quase vitoriosa.
Não venci e nem perdi, cheguei.

Eu tinha uma expectativa muito grande em fazer seis anos, pois havia uma promessa da turma do meu irmão mais velho, que eu seria admitido pelo grupo das pessoas mais legais do mundo (da minha rua) assim que fizesse seis anos. Pois é, nem preciso dizer que não fui aceito no clubinho. Mas não deixou de ser significativa aquela data... A festa, o bolo, os presentes eram quase pequenos perante aquela “maturidade” que estava alcançando...

Dois anos depois, meus pais, levaram todas as crianças da rua a um lindo parque. Estavam os caras mais legais do mundo, e eu. E um lago. Pensei: demorou para eu fazer seis anos!

Por que misturei tudo? Não sei... Momentos de superação e crescimento... Talvez... Analítico demais. Vai entender cabeça de criança...

Nenhum comentário: