sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O APAGÃO E OS PÉS DESCALÇOS.


Um sonho.
Minhas mãos enroscadas num emaranhado de cabos e fios elétricos descascados. Muito medo e aflição. No instante seguinte percebo meus pés descalços e me vejo vestido num belo e elegante terno preto... Tudo isso fazendo parte de uma sequência interminável de meses de pesadelos.
Acordo. “Morri? Será que eu morri?”
Com certeza não. Quer dizer, convicção que mantive até me deparar com questões de ordem “elétrica”. Por diversas vezes nesta semana tive de enfrentar algum problema “elétrico”- de chuveiro queimado à desplugar o computador- tudo numa ordem completamente incomum à minha rotina (não sou da turminha da caixa de ferramentas, que sempre se mostra disposta à arrumar, consertar, prestar serviços domésticos com prontidão, assim que a dona da casa solicita). Nesta semana quando me aproximava de uma tomada logo vinha o pensamento “chegou a hora”, ou melhor, “chegou a ‘minha’ hora”. Cabo puxado, aparelho desligado “ufa, ainda não!”
Um dia, veio o apagão. Não, não estou interessado se o do Lula foi maior, pior, mais bonitinho do que do FHC. O Fato é que meu sonho: cabos descascados, eu vestido de defunto e um país sem energia, criam uma proximidade macabra.
A TV se apaga... As luzes, de maneira sofrida, tentam se apagar... ”É agora, fudeu!”
Velas acesas pela casa toda, sombra amarelada, bonita. Todos resolvem dormir. E eu ali no meio da sala, esperando, esperando... E... Muito sono, sono pesado... Sonhos lindos, coloridos, jardins, lagos, tudo muito prazeroso...
Sim, eu morri! Algo ficou pra trás, morto, velho e enterrado de terno bonito.

2 comentários:

CaSSio BoMFiM disse...

eu,
achei que estávamos sendo invadidos.

a luz baixava e sobia, os cachorros correram p/ caminha... e o meu rádio relógio? dava uma menssagem!
seus NÚMEROS se transformaram em LETRAS... seria um recado? um sinal?

ainda ñ esplicaram direito esse apagão.

sei...

(dan, esse monte de fios ñ era dentro de uma nave?)

INIT arte visual disse...

Dani fazia tempo que nao passava por aqui muito bom esse texto, bom mesmo!